This isn't a goodbye, is a simple see you later
The End
POV ANUENG
"Podemos dar meia volta e ir embora, se é o que deseja." - Ar-Nueng disse calmamente
Estávamos paradas em frente ao portão de minha casa a alguns minutos já. Eu sabia que no momento que entrássemos, seríamos confrontadas por minha mãe.
Nossa noite havia sido tão boa. Conversamos e nos amamos até vermos os primeiros raios de sol a banhar o céu. Acordar nos braços de Ar-Nueng foi melhor do que todas minhas fantasias. Ouvir sua voz rouca me dizendo "bom dia" antes de me beijar. Poderia ter ficado ali para sempre, mas infelizmente tivemos que nos levantar e agora estamos aqui, prestes a encarar minha mãe e eu sei que esse confronto não vai ser bonito.
"Vamos acabar logo com isso." - digo determinada.
Tomo-lhe a mão e entramos e como previsto minha mãe já aguardava na sala com cara de poucos amigos, enquanto August tentava em vão acalmá-lá.
"Mãe. August." - comprimento
"Onde você-" - ela para no meio da frase ao ver Ar-Nueng ao meu lado - "Khun Nueng? Como? O que faz aqui?"
"Fah." - Ar-Nueng diz educada, mas fria - "Como vai?"
"Bem, até você aparecer e sequestrar minha filha!" - esbraveja minha mãe fazendo com que Ar-Nueng erguer uma sobrancelha - "Como ousa?"
"Mãe para com essas acusações." - esbravejo - "Se alguém deveria ficar com raiva aqui, sou eu!"
"O que-"
"Chega!" - August diz fazendo todos se calarem - "Somos todos adultos aqui e vamos tratar esse assunto como tal." - diz e aponta para o sofá - "Sentem-se. E vamos pôr tudo em pratos limpos de uma vez por todas."
"August você não sabe-"
"Exato!. Eu não sei de nada, portanto sou a melhor pessoa para agir como mediador. Agora senta na porcaria daquele sofá e escuta o que sua filha tem a dizer pelo menos uma vez na vida."
Devo confessar que fiquei impressionada com a postura de August. Normalmente ele é tão fofo e carismático, ver esse lado CEO conduzindo uma reunião, é um tanto impressionante. Acabamos por obedecer até mesmo Ar-Nueng, que tinha um sorrisinho nos lábios.
"Creio que ainda não fomos formalmente apresentados." - August diz antes de estender uma das mãos para Ar-Nueng - "August Williams. Marido da Fah e padrasto de Anueng."
"Khun Nueng. M.L Sipakorn." - ela responde apertando a mão de August - "Muito prazer."
"O prazer é meu." - August diz se sentando ao lado de minha mãe - "Agora vamos ao que interessa. Nueng, você está bem? Creio que tenha passado a noite com Khun Nueng, é por isso que não veio pra casa?"
"Sim. Estava com Ar-Nueng." - confirmo - "Desliguei o telefone para que pudéssemos conversar e esclarecemos tudo."
"E o que precisava ser esclarecido, pequena?"
"O fato de que minha família, aqueles que deveriam me amar e cuidar de mim, continuam me machucando de forma deliberada."
"Nueng!" - minha mãe esbraveja - "Isso não é verdade! Como ousa envenenar minha filha contra mim?"
"Eu não envenenei ninguém." - Ar-Nueng diz calmamente - "Só lhe disse a verdade. De que vocês todos se juntaram para nos manter longe uma da outra. Estou mentindo, Fah?"
"Sabe que não é simples assim." - minha mãe diz
"Então, Khun Nueng diz a verdade Fah?" - questiona August
"Querido..."
"Só diga a verdade Fah." - ele diz sem paciência
"Sim. Chet, minha mãe e eu, temos feito de tudo para manter Khun Nueng afastada."
"Inacreditável." - resmunga August - "Por quê?"
"Por que ela é uma mulher que seduziu minha filha!" - grita
"Eu não seduzi ninguém!" - Ar-Nueng revida - "Eu sou completamente apaixonada por Anueng e você sabe disso! Deixei isso muito claro para você, para Chet e para sua mãe! Então não venha me pintar como alguém que apareceu e seduziu sua filhinha, quando não foi isso que aconteceu!"
"E o quê? Acha mesmo que vou acreditar que simplesmente se apaixonou por uma menina 16 anos mais nova que você! Quando ninguém nunca foi digno. Não foi isso que me disse?"
"Então é isso que te corrói, não é?" - eu finalmente entro na conversa - "Não é o fato de Ar-Nueng ser mais velha. Não é o fato de Ar-Nueng ser uma mulher. É o fato de eu sou digna dela e você não foi."
"Nueng..."
"Mas o que diabos vocês estão falando?" - August pergunta confuso
"Minha mãe não suporta o fato de Ar-Nueng ser apaixonada por mim, porque ela já foi apaixonada por Ar-Nueng, mas ela não correspondeu seus sentimentos."
"Fah?"
"Não sou a única além de Nueng, que já teve sentimentos por Khun Nueng. Chet também sofreu do mesmo mal." - minha mãe diz com a voz embargada
"Está brincando comigo?" - August pergunta exasperado - "O que você fez com essas pessoas?"
"Eu não fiz nada." - Ar-Nueng diz com a voz suave, tentando trazer um pouco de ordem para toda a situação - "Fah e eu tínhamos 16 anos quando ela se declarou a mim. Eu nunca senti nada além de amizade por ela, mas Fah insistiu e quando a rejeitei, ela caiu nos braços de Chet." - pousou antes de respirar fundo e continuar - "Esse envolvimento resultou em Fah ficando grávida com Anueng."
"Meu Deus. Que confusão."
"Calma que piora." - Ar-Nueng diz com um risinho - "Quando ela vem a mim com a notícia, comprei um remédio e lhe entreguei, no intuito de que Fah tirasse a criança." - ela pausa e olha para mim com os olhos marejados - "Éramos apenas crianças. Não podia ver um futuro onde minha amiga teria uma vida plena criando uma criança, sozinha, aos 16 anos." - ela pausa para enxugar as poucas lágrimas que conseguiram escapar - "Não nos falamos mais depois daquele dia. Então, nunca soube o que aconteceu com a criança. Anos depois, conheci Chet, mais por causa de minha falecida avó do que por interesse próprio. No fim, eu o deixei no altar no dia do casamento. 4 anos depois, uma menina num uniforme escolar entra em minha loja e vira minha vida de cabeça para baixo, e me faz ficar perdidamente apaixonada por ela." - ela sorri para mim - "Só para ter sua família a tirar de mim."
"Fah, o que tem a dizer?" - August pergunta com a voz cansada
"Khun Nueng sempre foi minha melhor amiga, então não foi difícil para que sentimento nascerem. Quando me declarei, realmente pensei que Khun Nueng de alguma forma sentisse o mesmo, mas o que recebi além de uma rejeição, foi ouvir da boca de minha melhor amiga que eu não era digna." - minha mãe diz triste - "Aquilo me machucou ao ponto de eu tentar procurar consolo nos braços de um garoto que só queria o meu corpo. Chet era charmoso, educado, de boa família, mas como todo garoto de 16 anos, quando lhe disse que estava grávida, ele correu. Disse que não estava pronto para ser pai, que era novo demais. Então corri para minha melhor amiga, que me disse para tirar a criança." - suspira - "Mas não pude. Não tomei o remédio, levei a gravidez até quando pude, mas o estresse foi demais, acabei no hospital e Anueng nasceu prematura, quase cega e com diversos problemas de saúde. Minha mãe passou a criá-la e me mandou para fora do país para não trazer vergonha à nossa família."
"Jesus Cristo. Essa história vai de mal a pior." - August diz, se levantando e indo em direção ao pequeno bar no canto da sala - "Alguém aceita uma bebida."
"Te acompanho." - Ar-Nueng diz aceitando a bebida
"Whiskey?"
"Claro."
"Por favor, Fah, continue." - ele diz voltando ao sofá com dois copos e uma garrafa
"Anos depois, quando voltei para casa, vi que minha filha e minha ex melhor amiga estavam próximas. Bom, pelo menos achei que era só uma proximidade, até descobrir que Khun Nueng estava dormindo com minha filha." - ela diz com raiva - "Claro que me senti enojada. Claro que pensei que Khun Nueng tinha seduzido minha filha." - suspira antes de continuar - "Mas quando a vi, a grande Khun Nueng, M.L Sipakorn, implorar para que eu não a afastasse de minha filha, entendi. Khun Nueng realmente estava amando Anueng."
"Então, você realmente sabia, e ainda, sim, me trouxe para cá? - perguntei indignada - "Me separou da mulher que amo, por quê? O que eu te fiz para me tratar assim?"
"Sim! As separei." - ela gritou - "Por que não é justo. Não é justo que ela tenha escolhido você. Uma criança! Quando eu sempre estive aqui! Por que você é diga e eu não? Por quê?"
"Fah!"
"Por quê?" - continuou - "Por que não eu? Por quê?"
"Por que você não é digna!" - Ar-Nueng gritou - "Você nunca despertou em mim qualquer sentimento além de amizade. Nunca me fez perder o sono. Nunca me fez querer a segurá-la nos braços e nunca lhe deixar ir. Nunca me fez sentir borboletas em meu estômago. Nunca me fez rir de suas manias mais irritantes. Nunca me consolou quando eu mais precisei. Nunca me viu vulnerável. Nunca me viu além do meu título." - esbravejou - "Você não é digna de mim, simplesmente pelo fato de você não ser a Anueng. Eu nunca senti nada por ninguém até sua filha passar pela porta de minha loja e se fazer presente em minha vida. Meu coração pertence a ela e não há nada nesse mundo que irá mudar esse fato. Sinto muito se isso te machuca."
"Mãe, você precisa entender." - eu disse gentilmente - "Você precisa superar isso. Olha ao seu redor. Você tem uma vida boa, um homem que te ama. Mas você não consegue aproveitar nada disso direito porque está presa nesse ciclo. Está na hora de superar e seguir em frente."
"Não é tão simples."
"Tem razão. Mas você precisa dar o primeiro passo. August te ama." - digo apontando para o homem - "Sei que com a ajuda necessária vocês podem finalmente viver a vida feliz que merecem. Por favor, mãe."
"Fah." - Ar-Nueng diz - "Sei que te magoei, mas nunca foi minha intenção. Você sempre foi minha melhor amiga, e tudo que sempre quis foi te ver bem e feliz. Infelizmente, não posso ser sua felicidade, mas posso ser a felicidade de Nueng." - ela suplica
"Vai." - minha mãe diz chorosa -" Se sua vida é com ela, quem sou eu pra pedir pro seu coração se explicar."
"Obrigada, Fah." - Ar-Nueng sussurra - "Obrigada."
"Vai. Sai daqui. Não é o que veio fazer?" - Minha mãe diz me olhando - "Não veio dizer que vai embora com ela?"
"Sim. Essa era minha intenção." - admito com alívio e tristeza.
"Então vai. Não vou te prender aqui." - minha mãe diz antes de se levantar - "Não precisa mais se preocupar, não vou mais me intrometer."
"Mãe..." - chamo, mas ela se recusa a me ouvir. Simplesmente se vira e sai da sala sem olhar para trás.
"Vai ficar tudo bem, Nueng." - August diz se aproximando de mim - "Ela só precisa de tempo."
"Cuide dela, por favor."
"Claro, pequena." - promete e me abraça - "Agora vai ser feliz."
"Não te incomoda? Depois de tudo que ouviu."
"Admito que toda essa situação é inusitada." - diz rindo - "Mas é a sua vida, pequena. O passado é passado."
"Você é o melhor!" - digo rindo.
"Mas tinha que ser a crush da sua mãe e a ex do seu pai?" - pergunta brincando.
"Detalhe bobo. " - digo me juntando a Ar-Nung - "Ela tem muitas outras qualidades para você ficar dando importância só para esse detalhe aí."
A risada alta de August ainda ecoava em meus ouvidos quando saímos da casa. Sabia que ainda teríamos que enfrentar minha avó e Chet quando voltássemos para a Tailândia, mas eu tinha uma certeza. A de que nunca mais a perderia, não importa quem entrasse em nosso caminho.
NOTA: É isso, amores. Esse é o fim da nossa história. Obrigada a todos por acompanharem esse pequeno devaneio. Beijos da tia e até a próxima.
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